A crise financeira e econômica ronda nossos lares, as empresas e os negócios. Estamos nos aproximando do fim de ano, e nada melhor do que
reorganizar nossas economias e contas domésticas, para começar o ano de 2021 com o pé
direito, não é mesmo?
De certo, não teremos novos reajustes tão cedo nos salários, então por que não nos
permitirmos a dar o nosso próprio reajuste?
O que podemos fazer para conseguir algum tipo de grana extra, nesse e nos anos vindouros?
Se não temos aumento de receita, devido ao fato de estarmos muitas vezes dependentes de um aumento na
remuneração, resta-nos analisar a ótica da despesa.
Veja, abaixo,
algumas dicas para enxugamento de despesas domésticas:
1) Tarifa Bancária.
Você paga tarifa bancária? Se sim, você está
enriquecendo os Bancos e seus acionistas. Hoje temos várias opções de contas
digitais com tarifa zero (Nubank, Banco Inter, etc.).
Mas, ainda assim, se você quer
permanecer com seu Banco, veja, em seu extrato, o quanto vem descontando mensalmente do seu saldo, valores referentes à tarifa
de manutenção de conta corrente. No seu aplicativo ou pelo próprio computador, você
poderá alterar o valor da tarifa por um valor menor (muitas vezes, não
consumimos todos os serviços bancários disponíveis e embutidos na tarifa).
Saiba que há a opção de
não pagar nenhuma tarifa. Isso mesmo! Nesse caso, porém, o pacote de serviços essenciais é bem
limitado, por exemplo, apenas 4 saques ao mês, ou ausência de TED (TED é um produto praticamente em extinção: teremos o PIX).
Mas, cá
entre nós, está cada vez mais raro ficar com dinheiro vivo na mão, pois pagamos
quase tudo por aplicativos. A utilização do dinheiro digital cresce
exponencialmente, e veio para ficar.
Segundo a Resolução nº 3.919/2010 do BACEN, todos os bancos devem oferecer um
conjunto de serviços gratuitos com operações básicas para a movimentação da
conta. São os chamados serviços essenciais. Vejam quais são os serviços
essenciais de uma conta de banco:
- Fornecimento de um cartão de débito;
- Dez folhas de cheque por mês;
- Até quatro saques por mês;
- Até dois extratos por mês;
- Até duas transferências entre contas do mesmo banco por mês;
- Consultas ilimitadas através da internet.
Bancos tradicionais lucram bilhões por ano só com essas
tarifas, não fazendo nenhum sentido, atualmente, a manutenção dessa cobrança, já que os gastos com folha de pessoal, agências, aparatos físicos e de
segurança estão num patamar muito menor do que eram algum tempo atrás. Quando é que
você foi à sua Agência? Quando é que você preencheu um cheque (não me lembro
quando foi a última vez que preenchi um cheque, só sei que tive de inutilizar
umas 3 folhas por causa de erros...).
Portanto, não pague tarifa de manutenção
de conta! Se necessário, coloque seu salário em outro banco (digital), e
permaneça com sua conta tradicional (com isenção total de tarifa, com serviços
essenciais) somente para o caso de sacar algum valor.
2) TV por assinatura
É um tipo de serviço geralmente caro, o que acaba
comprometendo nosso orçamento familiar. Até pouco tempo, tive um plano (o conhecido Combo das empresas de telecomunicação, em geral). Pensei bem, e decidi com base nos seguintes indagações: com qual frequência, hoje, assisto à TV? Há possibilidade de
substituição do produto? Conseguiria ter apenas a internet (sem aquele lance de
telefonia fixa embutida)?
Era muito raro eu assistir a alguma programação em
televisão. Fico muito na internet, e tenho tudo que preciso nela. Vez ou outra,
gostava de assistir a filmes. Então, a substituí pela Netflix (temos também a
Amazon Prime, bem como a Disney, a partir de 17/11/2020), permanecendo, porém,
apenas com a internet – e nada de me empurrarem telefonia fixa, nem quaisquer
serviços de terceiros embutidos. Assim, ficou muito mais barato que TV's por
assinatura, com a possibilidade de poder cancelar a qualquer momento, sem ter
que pagar por multas abusivas!
3) Tarifa de anuidade em Cartão de Crédito.
Se você
paga por essa tarifa maluca, você está perdendo dinheiro! E muito, já que,
dependendo do banco/bandeira, existem cobranças astronômicas!
Veja bem, a onda agora é tarifa zero. Se um banco/bandeira não lhe fizer esse favor,
sai correndo dela imediatamente, e deixe que o próprio mercado ajuste (vai saber até
quando) essa distorção ainda encontrada em alguns agentes financeiros. O que
não pode é você ficar nesse meio de transição, perdendo dinheiro.
Para se ter uma ideia, no Banco Inter, além de você não pagar nada em
manutenção de conta, ainda ganha um cartão de crédito com ZERO taxa de anuidade
(um limite relativamente baixo, no início, mas com aumentos sucessivos,
conforme relação com o banco), e o mais legal: se você configurar sua conta
para o débito automático, ganha, após alguns dias, um Cash Back (dinheiro na
conta) de 0,5% do valor da fatura. Isso não é incrível? Além de não pagar
tarifas, ainda ganha dinheiro só de deixar em débito automático o pagamento da
fatura!
Entre outras opções, temos o Nubank: também com tarifa zero em anuidade de
cartão de crédito.
Ah, se você gosta muito do seu “Bancão”, e não quer se
desfazer do seu antigo cartão de crédito (o que me incluo!), logo que vir em
sua fatura uma cobrança de anuidade, ligue imediatamente para a Central de
Relacionamento, e fale com uma atendente pedindo para cancelar o cartão na função
crédito. Sempre faço isso, e sempre consigo isenção total, inclusive com
eventuais restituições. Alguns bancos apenas dão 50% de desconto, etc., mas
exija isenção total! Tem gente que, ao verificar que a atendente vai, de fato,
cancelar o cartão de crédito, desliga o telefone, e depois liga novamente para
tentar a sorte com um(a) atendente mais bem-humorado... Mas, no meu caso, se
cancelarem eu permito, pois tenho outros cartões, todos com tarifa zero.
Portanto, antes de tentar essa solução, é sempre bom ter uma segunda opção,
para uma maior segurança.
4) Compras online com Cash Back.
Está na moda esse termo Cash Back. Tudo
agora é Cash Back, vai na Americanas, Cash Back, vai na Magazine Luiza, Cash Back, vai no
Restaurante do João, e ele lhe dá um Cartão de Fidelidade. Pois é, o Cash Back é o novo tipo de
Cartão de Fidelidade que o João do Restaurante utiliza até hoje, mas agora na forma
eletrônica.
Comprei, recentemente, alguns itens aqui para casa e olhem só que coisa
bacana. Queria comprar um item de aproximadamente R$ 1.000,00. Fiz pesquisas
nos sites e observei que na Americanas estava com um preço mais em conta. Então decidi comprá-lo fazendo os seguintes
procedimentos (ingredientes para o bolo!):
- ter uma conta corrente no Banco Inter, configurada para pagar
o cartão do crédito no débito automático (isso não é Merchan, apenas
estou mostrando o que deu certo rsrs);
- ter um cartão de crédito no Banco Inter ativado; e
- ter uma inscrição na conta do aplicativo AME digital, com o cartão de crédito do
Banco Inter cadastrado nele.
Abri o aplicativo do Banco Inter. Fui lá embaixo, onde tem
várias lojas online, entre elas, as Lojas Americanas, cuja compra no link disponibilizado,
dá-me um Cash Back de 3%, direto na minha conta, após alguns dias.
Pois bem. Cliquei nesse link, procurei e escolhi o produto desejado, loguei no site, fui em
pagamentos, e optei por pagar com AME Digital. Ao fazer isso, o
aplicativo do AME foi aberto automaticamente, no qual me foi solicitada a senha
para pagar a conta da Americanas (lembrando que, no AME, já tinha um cartão de
crédito cadastrado - do Banco Inter). O detalhe é que, ao comprar pelo AME, você
também ganha Cash Back na conta do aplicativo, que, no meu caso, era
também de 3%. Esse Cash Back no AME, pessoalmente, apenas seria interessante
em caso de comprar novamente em sites que utilizam esse sistema de pagamento
(fiz uma compra posterior, o que me deu a oportunidade de pagar, parcialmente,
com o saldo disponível na conta do AME).
Por fim, quando chegou a hora de pagar a fatura correspondente, deixei a grana
na conta corrente no Banco Inter, e, logo
depois de alguns dias do pagamento, houve um crédito em conta de 0,5% da
fatura.
Assim, dos R$ 1.000,00 da compra realizada, retornaram-me, na forma de Cash Back, um total de 6,5%, ou seja, R$ 65,00. Nada mal, né?!
5) Peça desconto ou pague no cartão.
Nunca tenha vergonha de pedir descontos! Afinal, você luta diariamente para defender seu troco... E outra, quanto você acha que uma empresa deve pagar a essas empresas de maquininhas de cartão de crédito? Vamos estimar aqui uns 5% quando na função crédito, e uns 3%, na função débito, deve ficar por aí mesmo, dependendo da empresa. Bom, se são assim, então todos os produtos da loja estão majorados, em média, uns 5% - para fins de compensar esse “gasto”. Empresas visam ao lucro, isso não será gratuito para você!
Então, parece-me mais do que justo a empresa lhe ressarcir,
caso você não pague na função crédito (ou mesmo no débito, em menor proporção).
Para usufruir desse benefício, eu faço assim:
a) Deixo o dinheiro, que devo gastar com despesas diversas no mês, na conta do
Nubank, a qual rende diariamente à taxa SELIC (2,15% a.a.) – pode ser PIC PAY
também!
b) Ao passar no Caixa, pergunto:
> (Se for para valores pequenos)
- Tem desconto no débito?
- Não, senhor!
- Então passa no crédito, faz favor...
> (Se para compras de maior valor)
- Tem desconto no débito?
- Não, senhor!
- Até quantas vezes posso passar no
cartão? (aqui eu sacaneio só de raiva)
- Em até 10 vezes
- então pode ser em 10...
Esses dias, fui comprar ração para o gato e fiz essa
pergunta (nesse Pet Shop quando é a Dona que está no Caixa, ela sempre me dá um
desconto...), e logo ouvi: - Ah, sim, eu te dou 3% no débito...
Esses pequenos descontos diários fazem uma grande diferença no final do
mês, e, principalmente, no final de ano, com o poder da acumulação. Portanto,
sempre peçam desconto, ou, então, passa no crédito, pois de uma forma ou de outra você sempre
sai ganhando!
6) Venda produtos inutilizados na OLX.
De vez em quando, eu dou uma geral aqui em casa e acabo concluindo que
possuo alguns troços parados, pegando poeira, sem necessidade alguma...
Então, indago-me: por que não vender ou doar esses itens (troços)?
Eu faço assim:
- Separo os itens que posso doar, daqueles que são mais vendáveis.
Só um detalhe: tem gente que é muito acumuladora e não consegue desvencilhar-se de quinquilharias
(já fui assim, eu acho...). O sentimento minimalista deve imperar nessas horas,
eu sei...
Mas pense bem, se você não usa determinado item, por que ficar com ele, parado
no tempo, sem necessidade, sabendo que alguém nesse mundo o deseja tanto?
- Tire umas fotos bonitas e coloca na OLX! É muito fácil vender, tomando alguns
cuidados, é claro: entregue os produtos em locais públicos movimentados; se for o caso, peça ajuda para
alguém levá-lo(s), pode ser seu marido (se quiser, venda o pacote completo o produto mais o seu marido, rsr); nunca forneça o endereço de sua casa; e entre outras coisas básicas de segurança pessoal. Eu nunca tive problema nenhum, e
toda venda que faço, procuro investir esse valor ou juntar para comprar um
outro produto desejado. E costumo me condicionar da seguinte forma: para comprar isso, eu tenho
que vender aquilo. Isso funciona!
7) Portabilidade de empréstimo consignado
Se você possui ou conhece alguém que o tenha, não pague a
mais ao banco ou à financeira!
Hoje, é muito fácil você fazer a portabilidade do seu consignado para outras
instituições financeiras. Basta levar seus documentos pessoais, contracheque, dados do seu empréstimo (número do contrato com a instituição atual, saldo devedor
atual, prazo atual - meses faltantes a pagar-, valor mensal do consignado e
taxa efetiva). Verifique também sua taxa efetiva paga na transação anterior e compare
com as condições do banco interessado. Não há custos nessa transação, e o IOF
estará zerado até dia 31/12/2020. Isso é muito bom!
Vamos lá! Qual desses você pode pôr, agora, em prática?!
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