Afinal, teremos concursos públicos em 2019?
Com a mudança de governo, surgem muitas dúvidas sobre a possibilidade de concursos no biênio 2019/2020.
Neste ano de 2019, decerto, prevalecerá a austeridade das contas públicas, que se diga de passagem: somos um País endividado (compramos no cartão de crédito para sobreviver no mês subsequente).
Vejamos o caso do Executivo Federal. O INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, por exemplo, entrará em colapso a qualquer tempo, visto que não há nem servidores em quantitativo suficiente para atender ao cidadão. Receita Federal? Daqui a pouco terão que colocar até os agentes administrativos para fiscalizar. A cada mês, mais e mais Auditores-Fiscais da Receita Federal engrossam a fila de aposentados, para desespero dos gestores públicos.
Enquanto isso, a equipe do Ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta encontrar soluções de médio e curto prazo, medidas essas paliativas diante do cenário complexo atual.
A pergunta é: como tocar a máquina pública sem acrescer em novos gastos? As soluções para isso são reestruturação de carreiras, reforma da previdência, enxugamento da máquina pública.
Quanto ao primeiro ponto, temo que a restruturação de carreiras terminará por desestimular a entrada de pessoas gabaritadas nas principais carreiras de Estado, resultando num quadro de servidores desqualificados e de baixo rendimento. Nesse caso, os cidadãos serão os mais prejudicados? Sim! Ineficiência e desqualificação denotam desperdício, precariedade no serviço publico e desonestidade.
Talvez esse seja o propósito, ou seja, remeter essas possíveis pessoas desestimuladas e mais qualificadas ao setor privado, aplicando-se a pura lei da oferta e da procura. Para tanto, precisamos de uma economia forte e estabilizada, com empregos decentes e estimulantes, cenário um tanto difícil de se vislumbrar a curto e médio prazo.
No que se refere à Reforma da Previdência, é um problema sócio-político de longo prazo a se resolver. Para alguns, uma pirâmide financeira; para outros, má administração de recursos. Há culpados? A culpa é de todos os cidadãos que vão às urnas de vez em quando, ou de todos aqueles que passaram a depender do Estado por não ter tido educação financeira em seu devido tempo, ou daqueles que se desiludiram com a economia em algum momento da vida (ilusão monetária), sem acrescer nada em suas vidas.
Imaginemos uma máquina com muitas engrenagens, em que a ausência de uma única peça fizesse com que toda a máquina parasse de funcionar. Por outro lado, procedendo-se ao devido ajuste, a máquina poderia voltar a executar suas funções vitais, com continuidade às atividades síncronas no tempo e espaço. Por analogia, podemos entender assim máquina pública: muitas engrenagens que podem ser ajustadas. Ajustar não quer dizer retirar, mas otimizar o processo, gerando economia de movimentos com resultados eficazes.
No mais, sabemos que a máquina pública não pode parar, pois isso seria colapsar de vez toda a administração pública. Queira ou não, são os servidores os verdadeiros dentes dessas engrenagens, dentro de uma máquina complexa e desajustada, movimentando todo o processo em que o Estado se encontra. Por isso, são mais importantes do que imaginam ser.
Jullius Oliver
Comentários
Postar um comentário